Se você curte um bom jogo de tiro, cheio de ação, absurdos e história maluca, precisa conhecer Wolfenstein. A franquia começou nos anos 80, mas foi em 1992 que tudo mudou com Wolfenstein 3D, o game que colocou os FPS no mapa e abriu caminho pra clássicos como Doom, Half-Life e até Call of Duty.
De lá pra cá, a série passou por reboots, spin-offs, zumbis nazistas, viagens no tempo e até filhas adolescentes do protagonista. Neste guia completo, a gente passa pelos títulos mais importantes, as curiosidades mais insanas e os motivos de Wolfenstein continuar sendo uma franquia obrigatória pra quem ama games.
Leia também: Fragpunk: O Novo Hero Shooter
O início de tudo
A história começa com Castle Wolfenstein (1981), um jogo de stealth em visão de cima onde o jogador precisa escapar de um castelo nazista. Na época, a ideia de fugir sem sair atirando era super inovadora. Em 1984, Beyond Castle Wolfenstein seguiu o mesmo estilo, mas com melhorias técnicas, disfarces e até assassinato de Hitler (talvez a melhor parte).
A virada veio em 1992 com Wolfenstein 3D, da id Software. B.J. Blazkowicz vira o protagonista definitivo dos FPS, enfrentando soldados, mutantes e o próprio Führer. A ação frenética, os corredores em pseudo-3D e a violência pixelada marcaram época e definiram um novo gênero.
Evolução da franquia
A série Wolfenstein já teve de tudo: jogos de celular, VR, spin-offs de humor, e reboots cinematográficos com crítica social. Por isso, a seguir, veja um resumão com o que importa em cada fase:
Castle Wolfenstein (1981) — Apple II, MS-DOS, Atari 8-bit
Primeiro jogo da franquia e um dos primeiros a tratar da Segunda Guerra com interação tática. Aqui, você precisa fugir de um castelo nazista usando stealth, disfarces e estratégia. Além disso, foi um game pioneiro que focava mais em tensão do que em tiroteio.
Beyond Castle Wolfenstein (1984) — Apple II, Commodore 64, MS-DOS
Continuação direta, com mecânicas parecidas e a missão de eliminar Hitler. Inclui passes de segurança, subornos e novas formas de interação com os inimigos. Por isso, foi o fim da fase “stealth 2D” da franquia.
Wolfenstein 3D (1992) — PC, MS-DOS, Super NES, Jaguar
O FPS que começou tudo. Com gráficos 3D simplificados, colocou os jogadores na pele de B.J. Blazkowicz em uma fuga alucinada por um castelo nazista. Por consequência, influenciou diretamente Doom e virou modelo para os jogos de tiro das décadas seguintes.
Spear of Destiny (1992) — PC
Prequel de Wolfenstein 3D, traz uma missão inédita onde B.J. precisa impedir que os nazistas usem a Lança do Destino. Usa a mesma engine do jogo base, mas com fases novas e chefes próprios, o que expandiu o universo da série.
Return to Castle Wolfenstein (2001) — PC, PS2, Xbox
O reboot moderno trouxe ação, horror e ocultismo. B.J. enfrenta experimentos bizarros da SS, soldados mortos-vivos e armas avançadas. O jogo equilibra missões furtivas e tiroteios intensos. Além disso, o multiplayer virou febre entre fãs de FPS na época.
Wolfenstein: Enemy Territory (2003) — PC
Jogo standalone e gratuito focado 100% no multiplayer. Traz classes com papéis específicos, mapas por objetivos e jogabilidade cooperativa. Dessa forma, virou referência para jogos de combate em equipe.
Wolfenstein RPG (2008) — Java, iOS
Spin-off em primeira pessoa com mecânica de RPG em turnos. Apesar de visual simples, trazia narrativa divertida, humor escrachado e combates táticos. Assim, funcionou bem como um experimento curioso nos celulares da época.
Wolfenstein (2009) — PC, PS3, Xbox 360
Neste jogo, B.J. enfrenta a ameaça do Velo, uma energia mística usada pelos nazistas para desbloquear habilidades sobre-humanas. A história se passa em Isenstadt, uma cidade fictícia ocupada, onde experimentos ocultos e armas avançadas criam um ambiente hostil. O jogador pode alternar entre armas tradicionais e poderes especiais, como escudos e desaceleração do tempo. Apesar de seu visual competente, o jogo teve recepção mista por conta da narrativa inconsistente e IA pouco desafiadora.
Wolfenstein: The New Order (2014) — PC, PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One
Reboot de peso que reimaginou a franquia. B.J. acorda em um mundo onde os nazistas venceram a guerra. A narrativa traz drama, ação intensa e momentos surreais. Vilões como Frau Engel roubaram a cena, e o gameplay misturou ação clássica com elementos modernos.
Wolfenstein: The Old Blood (2015) — PC, PS4, Xbox One
Prequel de The New Order, com mais ação e menos conversa. Traz cenários clássicos como o castelo Wolfenstein e novos inimigos sobrenaturais. Dessa forma, é um jogo direto, divertido e cheio de referências ao passado da série.
Wolfenstein II: The New Colossus (2017) — PC, PS4, Xbox One, Switch
Continuação direta de The New Order. Desta vez, a resistência contra o regime acontece em solo americano. Missões grandiosas, personagens marcantes e uma história que não foge de temas pesados como racismo, autoritarismo e trauma.
Wolfenstein: Cyberpilot (2019) — PC VR, PS VR
Um spin-off focado em realidade virtual, onde o jogador assume o papel de um hacker da resistência. A missão é controlar à distância máquinas de guerra nazistas, como o Panzerhund, e usá-las contra os próprios inimigos. Ambientado na Paris ocupada, o jogo aposta em imersão e ação direta. Embora seja uma experiência curta, oferece visuais imersivos e bons momentos para quem curte VR.
Wolfenstein: Youngblood (2019) — PC, PS4, Xbox One, Switch
As filhas de B.J., Jess e Soph, assumem o protagonismo. Com visual vibrante e foco em coop, o jogo se passa nos anos 80 em uma Paris ocupada. Mistura progressão estilo RPG, missões abertas e combate ágil — embora tenha deixado a desejar na narrativa.
Segredos, conexões e momentos insanos da franquia
- B.J. Blazkowicz é ancestral direto do Doomguy. Ou seja, Wolfenstein e Doom estão no mesmo multiverso, e isso não é coincidência.
- A franquia Wolfenstein, inclusive, foi banida por anos na Alemanha por causa dos símbolos nazistas. No entanto, hoje os jogos são adaptados para cumprir a lei local.
- Em The New Colossus, B.J. encontra Hitler velho, cuspindo no chão e surtando. E claro, como era de se esperar, não termina em diálogo pacífico.
- Enemy Territory, por sua vez, influenciou diretamente jogos como Team Fortress 2 e Overwatch, principalmente com sua dinâmica de classes e foco em trabalho em equipe.
- Além disso, Wolfenstein 3D popularizou o uso de som estéreo e vozes digitalizadas — o que era uma novidade impressionante pra época.
Por que Wolfenstein ainda importa?
Mesmo com tantos FPS por aí, Wolfenstein ainda tem espaço porque:
- A história é insana: Viagem no tempo, zumbis, realidades alternativas e crítica política. Tudo junto.
- A vibe visual é única: Tem bunker, sci-fi retrô, sangue, propaganda distorcida e destruir robôs nazistas.
- A jogabilidade é pura ação: FPS raiz com ritmo acelerado, armas pesadas e muitos inimigos pra destruir.
Wolfenstein: Lista de Jogos do pai dos FPS
Wolfenstein é uma daquelas franquias que se reinventa sem perder a essência. Começou furtiva, virou pancadaria, virou sátira, voltou a ser séria e nunca deixou de ser divertida. Se você curte FPS com alma (e muitos tiros), essa saga merece seu tempo.